A Verdade não tem rótulos. Ela não é budista, judaica, cristã, hindu ou muçulmana. Não é monopólio de quem quer que seja. Estes e outros rótulos sectários são obstáculos à Compreensão da Verdade, porque germinam no homem o individualismo, que é o espírito da separatividade e condicionamentos, como os preconceitos e outros, prejudiciais a sua mente. Isto é valido tanto em assuntos intelectuais, como em espirituais, e também nas relações humanas. Quando encontramos alguém, não o consideramos simplesmente um ser humano. Logo o identificamos com um rótulo: inglês, francês, alemão, japonês, judeu, branco ou preto, católico, protestante, budista etc. Imediatamente o julgamos com todos os preconceitos e atributos associados ao rótulo condicionado em nossa mente. E, não raro, acontece, na maioria das vezes, que o referido indivíduo está inteiramente isento dos atributos que lhe conferimos.
Apaixonamo-nos de tal modo pelos rótulos discriminativos, que chegamos ao ponto de aplicá-los às qualidades e sentimentos humanos comuns a todos. Falamos de diferentes "tipos" de caridade como, por exemplo, a caridade budista, ou a caridade cristã e desprezamos os outros tipos de caridade. No entanto, a caridade não pode ser sectária, pois se o for, já não é mais caridade. A caridade é a caridade e nada mais; não é nem budista, nem cristã, hindu ou muçulmana. o amor de uma mãe para com seu filho é simplesmente o amor maternal, e este não é budista ou cristão, nem pode ter outras classificações.
As qualidades, os defeitos e os sentimentos humanos como o amor, a caridade, a compaixão, a tolerância, a paciência, a amizade, o desejo, o ódio, a má vontade, o orgulho, a vaidade etc. não são rótulos sectários e não pertencem a uma religião em particular. O mérito ou demérito de uma qualidade, ou de uma falta, não se engrandece nem diminui pelo fato de ser encontrada num homem de uma determinada religião, ou mesmo sem nenhuma.
Para quem procura a Verdade, não é importante saber de onde vem uma determinada idéia, ou qual a sua origem, nem é necessário saber se o ensinamento provém deste ou daquele mestre; o essencial é vê-la e compreendê-la. No Budismo não há dogmas; a dúvida cética é um dos impedimentos à clara compreensão da Verdade, do progresso espiritual, ou de qualquer outra forma de progresso. As raízes do mal estão na ignorância, causa das idéias errôneas. É um fato indiscutível que, enquanto houver do vida cética, perplexidade, incerteza, nenhum progresso é possível. Para progredir, precisamos libertarmo-nos da dúvida e para isso é necessário ver claramente, o que sé é possível quando a Verdade vem através da visão interior, adquirida pelo autoconhecimento.
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Não é com a mente aquisitiva e possessiva, acumulação de conhecimentos intelectuais, que se chega à Sabedoria. A mente aquisitiva aumenta a erudição, mas a Sabedoria não é erudição. Pode-se ser erudito e não sábio, e sábio sem ser erudito. Nossa mente, através dos tempos, adquiriu grande experiência em defender e proteger o eu, criando um sistema de segurança em todos os setores de nossa atividade: física, material, econômica, afetiva e intelectual, através de nossos apegos a conceitos, credos, teorias, sistemas filosóficos etc. Essas acumulações nada significam, são limitações do nosso pensamento vinculado a condicionamentos. É imprescindível que a mente possa receber o novo, o desconhecido, sem pretender amoldá-lo, ajustá-lo aos condicionamentos do passado.
O apego às acumulações do passado, significa condicionamento ao tempo, e jamais, dentro do tempo, se poderá compreender o Eterno (Incondicionado). Só quando a mente se libertar de toda e qualquer acumulação do passado, o pensamento poderá ser criador, capaz de reto pensar e chegar à Sabedoria.
Pela ignorância, a idéia de apego surge no homem comum não esclarecido, porque o ego, pela insatisfatoriedade, tende sempre a se preencher, se completar e se expandir. Assim, preenchemos e completamos nosso ego psicologicamente pela esposa, filhos (os filhos pelos pais), amigos, pelo clube a que pertencemos, pelo país em que vivemos etc. Todos nós nos completamos psicologicamente porque somos dependentes uns dos outros. Porém esta união, que nos completa, que nos traz felicidade, é algo muito precário. Pela natureza impermanente desta existência, não se pode manter esta união e felicidade indefinidamente, mais cedo ou mais tarde há uma separação inevitável e isto é sofrimento.
Porém, quando, pelo autoconhecimento e progresso espiritual, vamos compreendendo gradativamente as Quatro Nobres Verdades, os fenômenos que caracterizam a existência (Impermanência, Insatisfatoriedade e Impessoalidade), o que é a Sabedoria, então não vamos mais nos completar psicologicamente. Continuaremos a amar os outros de uma maneira mais correta, e o apego irá se manifestando cada vez mais fracamente.
O amor no homem comum está sempre ligado ao apego, há sempre a idéia de propriedade: "meu filho", "meu marido", "minha esposa", "meu pai", etc. Este amor é inseparável do apego.
Quando, pelo desenvolvimento da Sabedoria, vamos ganhando essa capacidade de amar sem nos apegar, há verdadeira felicidade, porque amamos sem nos escravizar aos outros e às coisas. Gradativamente, nos tornamos a nossa própria lanterna, não mais dependendo dos outros para nos completar psicologicamente.
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Vivir para vivir apenas es un delito punible por las leyes del universo
Sal MartinezTags: vida vivir universo budismo budismo-de-nichiren-daishonin frases-en-espanol sabiduria
Ao relacionar-se com o mundo objetivo, por intermédio de suas faculdades, o mundo exterior torna-se real para o homem, e de fato é só o “amor” que faz o homem verdadeiramente crer na realidade do mundo objetivo a ele extrínseco. Sujeito e objeto não podem ser separados . “O olho transformou-se em olho humano quando seu objeto se converteu em um objeto humano, social, criado pelo homem e a este destinado... Eles [os sentidos] se relacionam com a coisa devido a esta, mas a coisa em si mesma é uma relação humana objetiva para si própria e para o homem, e vice-versa. A necessidade e o gozo perderam, assim, seu caráter egoísta, e a natureza perdeu sua mera utilidade pelo fato de sua utilização ter-se transformado em utilização humana. (Com efeito, só posso relacionar-me de maneira humana com uma coisa quando esta se relaciona de maneira humana com o homem)”
Esta última afirmação é quase exatamente a mesma feita no pensamento do budismo Zen, assim como por Goethe. De fato o pensamento de Goethe, Hegel e Marx se acha intimamente ligado ao do Zen. O que há de comum neles é a ideia do homem superar a cisão entre sujeito e objeto; o objeto é um objeto, mas no entanto cessa de ser objeto , e nesta nova abordagem o homeme se funde com o objeto, conquanto ele e o objeto continuem a ser dois. O homem ao relacionar-se humanamente com o mundo objetivo, supera a alienação de si mesmo.
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