Escrevo por tantas as razões quanto as de porque vivo, as invento o tempo todo só para me deliciar.
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Eu escrevo uma literatura de uma sensualidade erógena inorgânica: água brotando da terra.
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Quando eu escrevo eu busco você à espera do meu contorno, à procura do meu preenchimento; tudo o quanto eu tento.
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Eu escrevo corpo a corpo comigo mesmo; gloriosa orgia da carne.
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Mas não escrevo por mim, eu psicografo meus predecessores e sucessores.
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Escrevo um trabalho braçal de pensamento esmurrado ao papel.
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Eu escrevo um caixão de gravetos, uma toca de terra; papiro para untar meus restos mortais. Eu escrevo uma salva de saudade, um funeral de flores; epitáfio para demarcar onde a vida morre em paz. Eu escrevo um esqueleto de cálcio sobre o qual nasço, cresço e morro. Você, antropólogo forense, leia meus ossos e relate em corte marcial os crimes e torturas que a vida e o homem afligiram a minha pessoa.
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Escrever produz um processo de decoerência colapsando meus estados quânticos sobrepostos, somando meus valores vetoriais oscilantes e o ângulo de mistura resultante me impele adiante, me compele a compilar tomos e mais tombos de tomos sobre a realidade.
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Quando leio transformo livro em fichamentos, quando escrevo transformo fichamentos em livro.
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Quando ganho beijo na bochecha escrevo, quando ganho tapa na cara escrevo e quando não ganho nada ou perco tudo eu ainda assim escrevo.
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