Ali, onde o mar quebra, num cachão
Rugidor e monótono, e os ventos
erguem pelo areal os seus lamentos,
Ali se há-de enterrar meu coração.

Queimem-no os sóis da adusta solidão
Na fornalha do Estio, em dias lentos;
Depois, no Inverno, os sopros violentos
Lhe revolvam em torno o árido chão…

Até que se desfaça e, já tornado
Em impalpável pó, seja levado
Nos turbilhões que o vento levanter…

Com suas lutas, seu cans ado anseio,
Seu louco amor, dissolva-se no seio
Desse infecundity, desse amargo mar!

Antero de Quental

Tags: sepultura-romântica



Go to quote



Page 1 of 1.


©gutesprueche.com

Data privacy

Imprint
Contact
Wir benutzen Cookies

Diese Website verwendet Cookies, um Ihnen die bestmögliche Funktionalität bieten zu können.

OK Ich lehne Cookies ab