Ali, onde o mar quebra, num cachão
Rugidor e monótono, e os ventos
erguem pelo areal os seus lamentos,
Ali se há-de enterrar meu coração.

Queimem-no os sóis da adusta solidão
Na fornalha do Estio, em dias lentos;
Depois, no Inverno, os sopros violentos
Lhe revolvam em torno o árido chão…

Até que se desfaça e, já tornado
Em impalpável pó, seja levado
Nos turbilhões que o vento levanter…

Com suas lutas, seu cans ado anseio,
Seu louco amor, dissolva-se no seio
Desse infecundity, desse amargo mar!

Auteur: Antero de Quental

Ali, onde o mar quebra, num cachão<br />Rugidor e monótono, e os ventos<br />erguem pelo areal os seus lamentos,<br />Ali se há-de enterrar meu coração.<br /><br />Queimem-no os sóis da adusta solidão<br />Na fornalha do Estio, em dias lentos;<br />Depois, no Inverno, os sopros violentos<br />Lhe revolvam em torno o árido chão…<br /><br />Até que se desfaça e, já tornado<br />Em impalpável pó, seja levado<br />Nos turbilhões que o vento levanter…<br /><br />Com suas lutas, seu cans ado anseio,<br />Seu louco amor, dissolva-se no seio<br />Desse infecundity, desse amargo mar! - Antero de Quental


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