- Acho que devemos estar gratos ao destino por termos saído ilesos dessas aventuras - tanto as reais como as que sonhámos.
- Tens a certeza disso? - interregou ele.
- Sim, como também tenho a certeza que não é a realidade de uma única noite, nem a de toda uma vida que corresponde à verdade intrínseca de um ser humano.
- Nem sonho algum - suspirou ele calmamente - é inteiramente sonho.
Albertine segurou-lhe a cabeça com ambas as mãos e encostou-a ao seio.
- Agora estamos plenamente acordados - observou ela - por muito tempo.
Autore: Arthur Schnitzler