Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da húmida terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.

Leis feitas, 'státuas vistas, odes findas -
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, porque não elas?
Somos contos contando contos, nada.

Autore: Fernando Pessoa

Nada fica de nada. Nada somos.<br />Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos<br />Da irrespirável treva que nos pese<br />Da húmida terra imposta,<br />Cadáveres adiados que procriam.<br /><br />Leis feitas, 'státuas vistas, odes findas - <br />Tudo tem cova sua. Se nós, carnes<br />A que um íntimo sol dá sangue, temos<br />Poente, porque não elas?<br />Somos contos contando contos, nada. - Fernando Pessoa


©gutesprueche.com

Data privacy

Imprint
Contact
Wir benutzen Cookies

Diese Website verwendet Cookies, um Ihnen die bestmögliche Funktionalität bieten zu können.

OK Ich lehne Cookies ab