Eu escrevo um caixão de gravetos, uma toca de terra; papiro para untar meus restos mortais. Eu escrevo uma salva de saudade, um funeral de flores; epitáfio para demarcar onde a vida morre em paz. Eu escrevo um esqueleto de cálcio sobre o qual nasço, cresço e morro. Você, antropólogo forense, leia meus ossos e relate em corte marcial os crimes e torturas que a vida e o homem afligiram a minha pessoa.

Filipe Russo

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Sorrisos e mais sorrisos pipocaram de maxilar a maxilar numa salva de aplausos visual.

Filipe Russo

Tag: aplauso sorriso salva maxilar pipocar



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Coroado por uma salva de aplausos eu governo sobre a realidade, destronado por uma salva de vaias eu governo sob os esgotos, em salva de tiros atiro-me ao inusitado com abstração poética.

Filipe Russo

Tag: realidade tiro abstração aplauso salva atirar esgoto governar inusitado vaia



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