Nenhuma palavra escrita fica intacta, arde, queima-me os dedos quando o teu nome alastra pela nocturna folha de papel.
Al BertoNoite dentro, os corpos contra as balaustradas do mar, embriagados, vão falando de amor.
E do tempo, a ausência, cada vez mais devagar.
A memória, essa areia movediça onde enterrei a sombra do teu nome, continua a doer.
Al BertoTornas-te leve. Dissolves-te na aragem destes últimos dias em Lisboa.
E dizes: um dia, quando a paixão nos fugir, em que vazio sem imagens tuas poderei descansar? Como reconhecerei esse lugar onde o desejo corroeu as palavras e anunciou a traição?
- Dantes, eras uma visão. Sentia uma luz acender-se na pele e eras tu. Hoje, preparo e bebo venenos para que o brilho daquilo que já não és venha ao de cima, se solte do sangue e estremeça, cintile, e não se apague.
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Vem, o tempo urge... as constelações já iniciaram o movimento de mudança de hemisfério, e as dunas fenderam-se onde o mar avançou, e o mar toca-nos os olhos e o sono. Vem, antes que os cardos se espalhem com o vento, e a geada esconda a água dos poços, e a noite acabe, assim, sem prevenir, dentro de uma mão que se fecha à luz. Vem, antes que os meus olhos só vejam o que tu não vês, e as minhas mãos já não toquem o que tu tocaste... e a tua boca se canse de procurar o que de ti ainda possuo, e do teu nome não reste mais que uma metade do meu.
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(...)
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca do mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão.
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
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Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo. Recolho o mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho: Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.
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Fui amada e odiada – mas, sobretudo, viajei. Viajei até se me esgotarem as forças, e a distância que me separava de Deus perder sentido.
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